Não é fácil perceber quando uma vaga de emprego não é verdadeira.
Principalmente, porque existem muitos portais divulgando oportunidades de emprego diariamente. Alguns deles sequer procuram saber o nome da empresa ou do profissional responsável pela seleção. Um site divulgador de vagas ou até mesmo um perfil com muitos seguidores no Instagram acabam não fazendo esse tipo de investigação e por isso existe esse aumento de vagas fakes na internet. Além disso, alguns desses perfis cobram para divulgar. Então, facilita ainda mais para o golpista, já que ele paga uma única vez um valor aproximado de 50 reais pela divulgação e consegue atingir muitas vítimas. Ou seja, o valor que ele investiu para a divulgação retornar pra ele.
O que estes perfis poderiam fazer para diminuir essa situação, seria solicitar que o responsável preenchesse uma ficha, colocando ali informações simples, como nome da empresa, nome do responsável pelo RH, contato, e e-mail corporativo. E caso ele continue desconfiando que aquilo trata-se de um golpe, ele poderia entrar em contato com a empresa, ou até mesmo pesquisar sobre o responsável pelo RH no Linkedin, e com isso checar as informações.
E o que o candidato precisa fazer para ficar alerta sobre esses golpes?
Primeiramente, o candidato precisa passar a acompanhar as oportunidades de emprego em portais de confiança. Esses portais que divulgam muitas vagas no Feed e sinalizam que para você ter acesso ao e-mail precisa entrar no link, você deve desconfiar.
Além disto, desconfie sobre aquelas divulgações onde vem sinalizado o nome de uma empresa conhecida na região e que está com várias vagas em aberto e para atrair mais vítimas eles ainda colocam o salário ofertado para cada uma das vagas. São vagas comuns, como Serviços Gerais, Recepcionista, Auxiliar Administrativo, com salários de 2.800,00 até 5.000,00.
O candidato deve desconfiar também quando alguém solicitar por telefone ou mensagem no whatsapp qualquer documento. É comum eles solicitarem RG, CPF e Carteira de Trabalho. Justificando que é para conferir as informações contidas no currículo do candidato, antes de convocá-los para uma entrevista presencial.
Nós temos a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais- LGPD, onde respalda o candidato a não aceitar compartilhar essas informações. Tem empresas que solicitam esses documentos, mas no ato de uma entrevista, normalmente essas solicitações vem no formulário que chamamos de “Ficha de Solicitação de Emprego” ou “Ficha do Candidato”.
O candidato também deve desconfiar quando alguém entra em contato, na maioria das vezes por e-mail ou mensagem no whatsapp. Informando que ele ficou com a vaga (sem participar de qualquer processo seletivo), mas que para ele ser admitido, ele deverá pagar um valor pelo uniforme ou uma taxa pelos exames admissionais, até mesmo algum curso que ele precisa ter. Nesse caso em específico é golpe, sem sombra de dúvidas, porque é obrigação da empresa pagar pelos uniformes e exames admissionais do candidato.
É comum também os golpistas usarem nomes de empresas de consultoria de RH conhecida na região para aplicar golpes. Inclusive, eu já fui envolvida neste golpe. Ainda bem que a vítima desconfiou e entrou em contato comigo pelo Instagram, ela enviou os prints da conversa onde o golpista se apresentava como RH Paula Martins, gestora de RH de uma empresa localizada no centro de Manaus, na conversa estava sinalizado o endereço, e conseguimos entrar em contato com a empresa. Tratava-se de um Hotel, e eles informaram que já estavam cientes desse golpe, que várias pessoas já haviam ligado e comparecido lá para obter mais informações da vaga em aberto que estava sendo divulgada por mim. Enfim, todas as medidas na época foram tomadas.
Espero que essas situações não ocorram com vocês, mas, se acontecer quero que vocês estejam preparados para identificá-las e assim possam se manter seguros.
Paula Martins
CEO da RH Paula Martins
Consultoria em Recursos Humanos